Como vocês já puderam notar, o Voando Baixo está de cara nova desde a última quarta-feira (clique e veja os posts antigos aqui). É parte da mudança de plataforma dos blogs do GLOBOESPORTE.COM. Aproveitando isso, resolvi lançar novas seções no blog. A primeira delas estreia nesta sexta-feira: Papo com o Rafa. Será um espaço de entrevistas com personalidades do esporte a motor, dentro ou fora das pistas. Pilotos, chefes de equipes, jornalistas... Todos terão seu espaço aqui. A periodicidade deverá variar um pouco, mas vou tentar publicar a seção de forma regular, na medida do possível.
Para estrear a seção, nada melhor que falar com uma das maiores revelações do esporte a motor dos últimos tempos: o espanhol Marc Márquez, da Honda, atual líder da MotoGP, a categoria principal do Mundial de Motovelocidade. Ele tem 20 anos de idade, 1,68m de altura e 59 quilos. Apaixonado por motos desde os quatro anos, o piloto espanhol está batendo todos os recordes da MotoGP e está próximo de ser campeão em sua primeira temporada na elite do motociclismo.
Contei com a ajuda do amigo Pedro Lopes, que trabalha no núcleo motor do site e é apaixonado pelas duas rodas, para formular as perguntas e trabalhar na confecção do ótimo infográfico do fim do post. Márquez respondeu às perguntas logo após os testes da MotoGP no circuito de Misano, onde foi disputado o GP de San Marino no último domingo. As respostas estão abaixo. Aproveitem!
VOANDO BAIXO: Quando você lê sobre os recordes que está quebrando apenas em sua temporada de estreia na MotoGP, você se sente pressionado? Como você encara a expectativa dos fãs e da mídia? Você ficou surpreso com a reação do público, que te apoiou desde o início?
MARC MÁRQUEZ: Na verdade, não. Por ser a minha primeira temporada na MotoGP, não tenho nada a provar. Só quero aprender e adquirir experiência para o futuro. Agora sou muito mais reconhecido do que era na Moto 2, e todo mundo me para pedir autógrafos e fotos. Mas é quase impossível atender a todos. É claro que gosto muito de todo o apoio e carinho dos fãs, mas agora é mais difícil de ter uma vida "normal".
No começo da temporada, você falou bastante sobre o quanto já aprendeu. Me recordo que na primeira prova, no Qatar, você disse que estava aprendendo bastante por estar atrás de Dani Pedrosa e de Valentino Rossi. Tendo em vista que o seu aprendizado foi muito rápido, o que mais você acha que precisa aprender?
Estou aprendendo a cada vez que saio para a pista. Só de pilotar e observar Dani (Pedrosa), Jorge (Lorenzo) e Valentino (Rossi), nas pistas, já aprendo muito. Mas de Sachsenring para cá, consegui me soltar, me divertir mais em cima da moto e me sentir mais confortável ao guiá-la.
Você subiu ao pódio em todas as corridas que terminou neste ano. Como explica isso?
Não sei como explicar. Tudo que posso dizer é que em todos os fins de semana que fui para a pista, meu time e eu trabalhamos duro desde sexta de manhã para conseguir os resultados. No começo da temporada, estávamos mirando em conquistar alguns pódios lá para o meio da temporada, e depois, talvez, uma vitória lá para o fim. Mas eu fui além, e estou muito feliz.
Qual a sensação de competir com Dani Pedrosa, Jorge Lorenzo e Valentino Rossi?
É uma verdadeira honra. Eu adoro as batalhas que temos travado e espero que tenhamos muitas outras pela frente.
Você falou que não se sente tão pressionado quanto Dani e Jorge devem se sentir, mas, normalmente, não veríamos alguém em sua primeira temporada com a liberdade para encarar todas as corridas como você. A liderança, com 34 pontos de diferença em relação ao segundo colocado, tem alguma influência em sua maneira de pilotar?
Agora podemos começar a pensar no campeonato, mas é como eu disse antes: o objetivo desta temporada não é o título. Não sinto nenhuma pressão e o meu objetivo é mostrar para a Honda e para a Repsol que eles estavam certos em confiarem em mim. Se ficarem felizes ao fim da temporada, então meu trabalho foi bem feito.
Você possui algum herói de infância, e quem foi sua maior inspiração até hoje?
É claro que Valentino Rossi sempre foi o meu herói e inspiração.
Você acompanhou a carreira de Valentino Rossi pela TV, como um ídolo, e agora disputa o campeonato contra ele nas pistas. Como se sente com relação a isso? É esquisito?
No começo era um pouco esquisito. Eu ficava pensando: "Estou na pista com o Valentino"! Mas agora já encaro isso com normalidade. Eu me sinto como um piloto da MotoGP. Mas estarei sempre honrado em dividir a pista com todos estes pilotos. É sensacional.
Qual foi a sensação de ultrapassar Valentino Rossi, na curva do saca-rolha, em Laguna seca, de uma maneira tão espetacular?
Não foi algo que eu planejei. Simplesmente aconteceu.
De qual corrida você gostou mais nesta temporada?
Austin, provavelmente. Me senti muito forte naquele fim de semana: as sessões de treinos e a corrida foram muito boas. Além disso, vencer a minha segunda prova na MotoGP foi algo especial.
Qual transição entre categorias foi a mais fácil? Da 125 para a Moto2, ou da Moto2 para a MotoGP?
- Vir para a MotoGP depois da Moto2 foi bem mais fácil do que ir da 125cc para a Moto2. Ambas são motores 4 tempos e a diferença de peso é pequena. Apenas precisei me adaptar com a potência e com os freios de carbono.
Você precisou mudar sua rotina de exercícios para se preparar para a temporada de estreia?
Na verdade, não. A preparação que tive na pré-temporada foi o suficiente para encarar todo o ano, por isso continuei realizando-a. Faço um pouco de musculação e gosto de pedalar com meu irmão Alex.
Você recebe muitas mensagens de apoio do Brasil? São frequentes?
Recebo muitas mensagens, de brasileiros, nas minhas páginas do Twitter e do Facebook e sou muito grato por isso. É evidente que os fãs brasileiros são muito apaixonados e gostam de verdade do esporte.
Quais são suas expectativas de pilotar no GP do Brasil de 2014? O que pensa sobre o projeto da nova pista de Brasília?
Estou muito ansioso para ver o traçado. Ouvi muitas coisas boas dos pilotos que viram a pista. Disseram que era muito boa. Agora terei que esperar até chegar lá.
Quando consegue um dia de folga, qual sua maneira preferia de aproveitá-lo?
Realmente adoro treinar, sair para uma volta de bicicleta com meu irmão e alguns amigos ou talvez algumas voltas no motocross. Isto para mim é um dia de folga.
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