Em conferência de imprensa na capital federal, chefe executivo da categoria anuncia prova em solo brasileiro para o segundo semestre de 2014
Quase uma década depois de receber o Mundial de Motovelocidade pela última vez, o Brasil voltará ao calendário da MotoGP. E o reencontro já tem data e local para acontecer. Em uma conferência de imprensa com autoridades locais, o chefe executivo da MotoGP, Carmelo Ezpeleta, anunciou que o Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília, será sede de uma prova no segundo semestre de 2014.
Apesar da importância do anúncio, que reuniu o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o presidente da Confederação Brasileira de Motociclismo, Firmo Alves, a realização da prova ainda depende da homologação da pista. Inaugurado em 1970, o circuito brasiliense não sofre melhorias há muitos anos e precisará de reformas para se adequar às exigências da FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Há menos de um mês, uma prova regional de motovelocidade terminou com a morte da competidora Vanessa Daya, que perdeu o controle em uma das curvas.
- O Brasil é um dos mercados mais importantes do motociclismo no mundo. É na América do Sul, por isso o horário é muito bom para a cobertura televisiva. Voltar para o Brasil tem sido um desejo de toda a família MotoGP por muitos anos, mas até agora isso foi impossível porque, como todos sabem, a coisa mais importante para nós é a segurança. Este é um projeto importante para nós. Agora o Brasil está envolvido em muitos projetos grandes, como a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos, por isso também é muito importante para o país – disse o dirigente máximo do Mundial de Motovelocidade.
Circuito de Basília necessita grandes reformas
No fim de maio, as zebras do traçado brasiliense também causaram problemas aos pilotos da Stock Car durante os treinos para a quinta etapa da temporada. A pequena reforma feita para receber a principal categoria do automobilismo nacional deixou expostos os dutos de escoamento de água na parte externa do circuito, ali colocados para ajudar a drenagem em caso de chuva. À medida que os carros passavam, as placas de metal se soltavam, causando danos nos pneus e chassis, além de comprometer a segurança dos competidores. O episódio despertou críticas até de Felipe Massa, que culpou a CBA e o governo do DF pela situação, classificada pelo piloto como "vergonha".
Em 2004, no Rio, Makoto Tamada foi o último vencedor da MotoGP no Brasil (Foto: Divulgação MotoGP)
O Mundial de Motovelocidade não tem uma etapa em solo brasileiro desde 2004, quando foi disputada a última das nove provas realizadas no extinto autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro – hoje demolido para dar lugar ao Parque Olímpico dos Jogos do Rio 2016. Antes disso, o país já havia sediado uma prova no circuito de Interlagos em 1992, além de três provas em Goiânia entre 1987 e 1989.
Sem um representante na elite do motociclismo desde 2007, quando Alexandre Barros – recordista de participações no Mundial – se aposentou das competições internacionais, o Brasil voltou a ter um piloto inscrito na principal categoria das duas rodas em meados do ano passado, quando Eric Granado fez sua estreia nas divisões de acesso da MotoGP. O piloto de 17 anos compete atualmente pela equipe Aspar na Moto3, porta de entrada do Mundial.
Eric Granado compete na Moto3, porta de entrada do Mundial de Motovelocidade
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